PSD e CDS concordam: "Perdão de dívida é o fim de linha"
O vice-presidente do PSD Jorge Moreira da Silva defendeu que "o perdão de dívida é o fim de linha" e, ainda que possa ser aplicado à Grécia, "não é uma solução para Portugal". Na mesma lógica, o vice-presidente do CDS, Nuno Melo, disse esperar que "em Portugal não se tenha de pôr nunca a questão de perdões de dívida", considerando que esse "é um fim de linha trágico para um país".
Em declarações aos jornalistas, no final da reunião com o primeiro-ministro sobre o Conselho Europeu de domingo, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, Jorge Moreira da Silva apontou os "custos reputacionais" de um perdão de dívida e considerou que Portugal "tem todas as condições para cumprir" os seus compromissos internacionais.
"Por facilidade, poderíamos ser tentados a dizer: bom, se a Grécia vai ter um perdão de dívida, o ideal é que Portugal também possa ter esse perdão de dívida. Estamos perante uma falácia, porque o perdão de dívida é o fim de linha, algo a que se deve recorrer se todas as medidas tiverem falhado", declarou o dirigente social-democrata.
"Portanto, diríamos, enquanto PSD, que o perdão de dívida grego não é uma solução para Portugal, não é algo que devamos assumir como uma opção para Portugal, pelo contrário, a opção que Portugal deve continuar a prosseguir é a de cumprir as medidas do memorando de entendimento e de, o mais rapidamente possível, poder aceder aos mercados para se continuar a financiar", acrescentou.
Também Nuno Melo, pelo CDS, sustentou que "os perdões de dívida saem caríssimos aos países que a tal são obrigados" e defendeu que Portugal deve distinguir-se do caso grego.
"Um perdão de dívida não beneficia um país, terá de o pagar muito caro. É um fim de linha, terá problemas nas suas transacções, no financiamento da sua economia, na sustentabilidade dos depósitos dos privados. É um fim de linha trágico para um país", considerou o eurodeputado e vice-presidente do CDS-PP.
Segundo Nuno Melo, "é desejável que não se estabeleça essa comparação, que é errada, entre a situação grega e a situação portuguesa" e "que em Portugal não se tenha que pôr nunca a questão de perdões de dívida, porque significaria que alguma coisa teria corrido muito mal pelo caminho e felizmente em Portugal, para já, apesar de todas as dificuldades, tudo está a correr muito melhor".